segunda-feira, janeiro 26, 2009

Acredite na superficialidade, acredite no preconceito.



"Não seria bom viver num mundo sem vaidade?
Um mundo onde a imagem não tivesse importância.
Onde a beleza não fosse valorizada.
Não seria bom viver nesse mundo?"

A propaganda seria perfeita, não fosse o desfecho ridículo...

"Não. Não seria.
Acredite na beleza.
O Boticário."

Isso mesmo. Acredite na superficialidade, acredite no preconceito.
Essa é a campanha (não tão nova, eu sei) da Boticário.
Claro que não poderia ser diferente, é o negócio dela... a indústria da beleza.

É a mídia impondo padrões de beleza e as pessoas perdendo cada vez mais tempo de suas vidas tentando alcançá-los inutilmente.

Além do mais, uma coisa com a qual eu fico extremamente indignada é com esse tipo de preconceito silencioso, que está disfarçado de brincadeira, mas no fundo é uma discriminação tão cruel quanto o racismo.
O preconceito com as pessoas desprovidas de beleza, os feios.

É só ver numa rodinha onde há alguns homens conversando.
Eles adoram falar da mulher alheia, classificar as moças que passam pela rua. A gargalhada é recíproca e ninguém, absolutamente ninguém, acha nada demais em esculhambar pessoas feias.
É como se elas realmente estivessem ali para aquilo. Como se tivessem cometido um delito gravíssimo e estivessem pagando suas penas.

Entre mulheres não é diferente. É só sentar perto de um grupinho de garotas adolescentes e escutar a conversa. "Fulano está a fim de mim. Ele até que é legal, mas é muito feio. Eu não fico de jeito nenhum".
Nesse ponto, de nada vale se os sentimentos da pessoa são verdadeiros, se ela possui bons valores. Ela tem o pior defeito do mundo: é feia.

E agora me vem essa campanha infeliz e machista dizer que a beleza deve ser valorizada.
E infelizmente funciona com a maioria das pessoas. Ah, e como funciona...

Lá se vão as mulheres em uma competição selvagem para mostrar quem é mais artificial, quem conquista mais machos. E os homens sentadinhos, assistindo a selvageria para, ao final, receber o seu troféu auto-oferecido.

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