quinta-feira, fevereiro 19, 2009

Nostalgia!


Hoje o tempo está uma beleza. Sol moderado e ar fresco.
Dia ideal para os cachorros tomarem um belo de um banho.

Então fomos eu e minha mãe para o quintal, pegamos a mangueira e os três fugitivos, um por vez.
À medida em que eu sentia o sol e a água gelada batendo na minha pele a nostalgia vinha à tona.

Comentei com minha mãe:
- Poxa! Que vontade de tomar um banho de mangueira.

Ao que ela prontamente respondeu:
- Ué! E por que não toma?

Pensei um pouco e resolvi:
"Catchum! Chuá! Chuá!"

Minutos depois ela também entrou na onda.

Tomar e dar banho de mangueira são atitudes totalmente antiecológicas, eu sei.
Evidencia bem meu lado pseudoambientalista e individualista. Hipocrisia mor!

Entretanto foi ótimo para resgatar as boas recordações da minha infância e saborear a felicidade contida nas coisas simples.
Me sinto renovada.

terça-feira, fevereiro 17, 2009

O Trote e o Espetáculo do Bullying

Pode me chamar de careta e antissocial, mas eu sou contra essa coisa estúpida chamada de trote estudantil.

Para começo de conversa, o trote nada mais é do que a prática do bullying: alguém se acha superior por estar numa determinada instituição há mais tempo, e por isso julga-se no direito de exercer autoridade sobre os novatos.

Alguns que aprovam o trote justificam dizendo que é uma forma de socialização e diversão. Eu diria que é mais eficiente como forma de humilhação e exclusão.

Para mim qualquer trote é uma opressão, seja o leve ou o tal do trote solidário.
Vou explicar por que...

Trote leve e mediano
Cortar ou raspar o cabelo, jogar tinta ou sujeira, rasgar as roupas, mandar pedir dinheiro no semáforo, ridicularizar em público (mandar gritar coisas sem sentido, vestir roupas humilhantes ou ficar só com a roupa de baixo) etc.

Tem calouro que acha divertido e faz questão de participar. Nada contra! Cada um que seja responsável pelas próprias decisões.

No entanto, há pessoas que não querem participar, e o problema começa quando a recusa do "bixo" não é respeitada pelos veteranos. Estes, indignados por terem sua "autoridade" questionada decidem então forçá-lo a obedecer. Havendo resistência por parte do calouro, os veteranos passam então à prática do trote violento.

Trote violento
Agressão, perseguição, estupro, ingestão de vômito e todo tipo de sujeira, provocação de embriaguez, tentativa de afogamento etc.

Não é preciso dizer o quanto essas práticas são repugnantes.
É desolador ver um grupo de pessoas com acesso a cultura e informação desprezar a própria inteligência.

Trote solidário
Praticar atividades assistencialistas, tais como coleta de alimentos e roupas, doação de sangue e outras ações "voluntárias" promovendo a cidadania.

Muitas instituições de ensino adotaram esse tipo de trote como forma de eliminar ou amenizar a prática do trote tradicional, e claro, como auto-promoção.

A iniciativa pode até ser nobre, no entanto continua a exercer o autoritarismo sobre o novato.
Qualquer ação voluntária, como o próprio nome já diz, deveria ser praticada por espontânea vontade, do contrário perde todo o sentido.

Mas então por qual motivo as universidades não promovem simplesmente uma festa de boas vindas aos calouros em vez desse circo todo? Por que depois de se preparar arduamente para o vestibular, o estudante ainda tem que se submeter a mais uma prova que, assim como a anterior, traz como consequência a segregação de pessoas?
Todavia, a versão "amena" da antiga prática, que mistura cabeças raspadas, pintura corporal, "pedágios" e "aulas-trote" (em que um veterano se faz passar por um professor tirano), parece ter o objetivo implícito de perpetuar o sadomasoquismo pedagógico perante a sociedade, sociedade esta que parece muito mais preocupada com o espetáculo do que com a violência, e tolera a violência ritual praticada regularmente contra os jovens como um símbolo do sucesso daqueles que foram aprovados no vestibular. (Trecho retirado da Wikipédia)
 Tá explicado.

domingo, fevereiro 08, 2009

Não tolere o Bullying!


Bullying: Ato(s) de violência física e/ou psicológica intencional(is) e repetido(s) praticado(s) por um indivíduo ou grupo de indivíduos com o objetivo de intimidar ou agredir outro(s) indivíduo(s) incapaz(es) de se defender.

O bullying é uma triste realidade do cotidiano de muitas crianças, adolescentes e jovens adultos. Acontece na escola, na faculdade, no trabalho e em outros ambientes de socialização.

Geralmente, os alvos são pessoas que possuem alguma diferença com relação aos demais, sendo apontadas como "anormais" pelos colegas: tímidos, gordos, negros, deficientes etc.

Há dois tipos de atores neste ato excludente, discriminatório, vexatório e violento: o direto e o indireto, ambos coniventes com a prática do bullying:
. O praticante do abuso, chamado de bully, é o que participa de forma direta.
. Aquele que observa a ação, mas não faz nada, ou seja, é indiferente e omisso, é o participante indireto.


Os traumas adquiridos na infância por conta das humilhações permanecem até a vida adulta e impedem que a vítima leve uma vida normal, sendo muitas vezes necessário recorrer a tratamentos psicológicos de longo prazo.

Algumas vítimas ficam muito transtornadas e passam a ter pensamentos suicidas e/ou comportamento violento, dispostas a vingar-se de seus agressores a qualquer custo, não sendo tão raro matá-los.

O debate é recente na sociedade e ainda não é tratado como prioridade. As escolas têm se mostrado totalmente despreparadas para lidar com o problema, e muitas crianças acabam adquirindo conceitos distorcidos de respeito ao próximo e às diferenças.

O papel de coibir essa prática não pode ficar apenas nas mãos dos professores, diretores e funcionários das escolas. É preciso haver uma mobilização, uma campanha de conscientização para que surta efeito.

É importante que não se omita ao ver uma pessoa sofrer bullying. Se não puder interceder, denuncie à autoridade responsável. Se você for uma vítima, não se cale, não permita-se ser violentado. Peça ajuda!

Como bem eu já comentei em um post anterior, fui vítima de bullying durante toda a minha infância e parte da adolescência. Apenas recentemente consegui me libertar de algunstraumas causados naquela época, porém outros mais ainda persistem e me causam algumas crises de angústia periodicamente.

Abaixo o vídeo de uma campanha estrangeira contra o Bullying.

sábado, fevereiro 07, 2009

Eu nasci há 40 anos atrás...


Estava eu na aula de Teoria Musical.
Uma garota sentou-se ao meu lado e começamos a conversar.

Ela fez algumas perguntas clássicas do tipo: "Você estuda?", "Qual instrumento você toca?" e "Quantos anos você tem?".

Aparentemente nada demais.
Porém, nesta última pergunta aconteceu algo inesperado.

Eu respondi: "Tenho 20 anos".

E então ela se pôs boquiaberta.

Eu pensei: "Lá vem merda. Ela vai dizer que achou que eu tivesse uns 26".

Respirei e fiz a pergunta: "Por que? Quantos anos você achou que eu tivesse?"

O golpe mortal: "Sei lá. Uns 40".

Eu pensei: "Puta que pariu! O que é que está acontecendo aqui?"

Mas apenas expressei um singelo: "Nossa. Que isso!"

Ela tentou consertar: "Brincadeira. Hum... achei que uns 33."

Depois dessa eu conclui que a garota é meio alienada.
Ela deve ter me julgado se baseando no meu peso e nos meus cabelos (que estavam um fuá) em vez de analisar a textura da minha pele, se eu tenho rugas, se meus dentes estão desgastados, ou seja, detalhes que geralmente começam a aparecer em quem já passou dos trinta.

Enfim...
Eu realmente não costumo me arrumar para ir a uma simples aula. Vou com minha aparência natural.
Meu interesse está em adquirir conhecimentos, não em atrair machos nem competir com fêmeas.

Eu simplesmente acordei, escovei os dentes, tomei banho, penteei os cabelos, pus um par de brincos, me vesti e saí.

Estou até acostumada quando me dão alguns anos a mais, tipo uns 23 ou 25, mas daí acharem que sou uma quarentona é, no mínimo, falta de percepção visual.


E que tipo de conclusão a mais posso tirar dessa experiência?
Que eu deveria fazer alguns sacrifícios em prol da beleza e me render aos paradigmas estéticos sociais?
Quiçá! Não sei. Por mais que eu odeie essa idéia e essa sociedade hipócrita, não nego que me sinto bem quando me acham bonita e aparentemente mais jovem.

De qualquer forma, felizmente eu não dou mais tanta importância à opinião alheia.
Fiquei chocada, claro, mas não é algo que vá arruinar meu dia ou me fazer perder a auto-estima, como era corriqueiro antigamente.

sexta-feira, fevereiro 06, 2009

Delíquio


Como é triste o entardecer.
Não ouço o canto dos pássaros,
Somente instrumentos desafinados.
A angústia apodera-se do meu ser.

Como é triste o entardecer.
Não desabrocham as flores,
Prevalecem os maus odores.
Só me resta padecer.

Como é triste o entardecer.
Por todo canto a desconfiança,
Então morre a esperança.
Sinto-me desvanecer.

Como é triste o entardecer.
Quando leva à amarga reflexão,
Prestativa solidão,
Numa folha me pondo a escrever.

Mas vem a noite confortar,
Silenciosa e serena.
A realidade encena
Do profundo coma me libertar.

[Danielle Bandeira]