terça-feira, janeiro 15, 2008

Um planeta egocêntrico

Sabe, muitas pessoas pensam que nossa existência é indiscutivelmente relevante para o Universo.
Muitas têm a pretensão de dizer que o Universo existe para nos servir.
Independente de crenças, a realidade é bem diferente:

Vídeo - Pálido Ponto Azul por Carl Sagan
http://youtube.com/watch?v=HurA3M_CBJY


Somos um Pálido Ponto Azul (ver imagem acima e vídeo de Carl Sagan em referência), um grão de poeira cósmica em meio a centenas de bilhões de estrelas em nossa galáxia. Galáxia esta que possui cerca de 100.000 anos-luz de diâmetro, isto quer dizer que seriam necessários 100 mil anos para percorrê-la na velocidade da luz (300.000 km/s).

E não pára por aí. A Via Láctea é apenas uma dentre outras NGoogol galáxias no Universo conhecido e desconhecido.

A ciência, em especial a Astronomia, ainda não é divulgada tanto quanto necessário.
E que belo trabalho fez Carl Sagan ao tentar popularizar ao máximo essa ciência. A ele meus eternos agradecimentos.
Há pessoas cujo conhecimento limita-se aos movimentos de rotação e translação. É preciso saber que este Universo possui uma medida fora de nossa compreensão.

Para tentarmos enxergar essa medida, alguns exemplos:

Este é o nosso Sistema Solar!
Possui 8 planetas desde que Plutão foi rebaixado à categoria de planeta anão.
O Sol, nossa querida estrela-mãe, nem é lá grande coisa se comparada à VY Canis Majoris, maior estrela conhecida, com aproximadamente 1800 a 2100 raios solares.

Veja uma comparação entre o tamanho dos astros neste vídeo:
http://www.youtube.com/watch?v=DU2i9diMfxU


Aqui está nossa galáxia, a famigerada Via Láctea.
Estima-se que ela tenha entre 200 a 400 bilhões de estrelas.
Ei, você consegue ver o Sol?



Isto é um conjunto de galáxias. Chama-se Grupo Local.
Nosso grupo local contém, no total, 40 galáxias. A Via Láctea e a Andrómeda (galáxia mais próxima de nós) são as maiores (espirais gigantes). As restantes são galáxias anãs que gravitam em torno das mais massivas.


E finalmente...
Não! Isto não é o Universo.
Ah, Não?
Definitivamente, não.
Isto é uma parte ínfima do Universo:


O Universo é uma coisa tão absurda que é loucura pensar em seu tamanho.
Eu sei que você sabe muito bem disso, mas sinceramente, já parou para refletir?

Você ainda vai ser pego de surpresa ao se dar conta do quão insignificantes somos, do quão ingênuo é pensar que alguém toma conta deste mundo.
Mas se não for, valeu a brincadeira. =)

Mudando o foco um pouquinho...
Particularmente, acredito em vida em outros planetas, mas se você pensa que os famosos ETs são da forma como a criativa mente humana imaginou, como aqueles que atuam em filmes Hollywoodianos, esqueça.
Se eles existem, provavelmente não possuem características humanas como cabeça, tronco, membros, dois olhos, boca, etc.

Nós somos o que somos graças à variedade de elementos químicos que formam nosso corpo e ao ambiente em que nos adaptamos.

Planetas distintos possuem características distintas, variedade e quantidade de elementos químicos distintos, por isso originam seres distintos.

É possível haver tanto formas primitivas de vida quanto formas tão ou mais inteligentes que a nossa.
Mas creio ser algo totalmente inimaginável para nós.

De qualquer forma, é preciso salientar que, apesar de termos um planeta insignificante para o Universo, ele é tudo o que temos.

Devemos preservar nosso único lar. O lugar onde está tudo o que conhecemos, o lugar em que tudo aconteceu. A Terra!


sábado, janeiro 05, 2008

Chorando as pitangas

Antes eu tinha uma auto-definição, hoje estou sob confusão interna eterna.

Não que eu tenha desistido de minhas antigas convicções, mas agora tenho mais, e outras.

Isso me torna um ser sempre incompleto, depressivo e inconformado com tudo o que vejo.

Sempre contraditório, sempre ignorante, sempre em busca de algo que eu nunca alcançarei antes que a terra me consuma...

O conhecimento de que preciso para entender toda essa merda barbárie que acontece por aqui.

E eu não dedico minha vida aos estudos. Eu até gostaria, mas a preguiça faz parte do meu ser.

Então, chego à conclusão de que não mereço tais conhecimentos, já que tantos sábios dedicaram suas vidas a eles, mas no final morreram sem poder acompanhar o rumo de suas descobertas.

Mas não quero ser persuadida por dominadores sanguessugas com dinheiro que lhes dá pseudo poder. Eu quero ser guiada pelas minhas próprias descobertas, pelos meus próprios pés.

Mas isto é impossível! Toda a bagagem cultural que carrego foi adquirida pelas experiências de antepassados.

É impossível caminhar sozinha. É impossível descobrir sozinha.
Mas é possível conformar-se sozinha.
Eis que sou contraditória.

Quer saber? Não quero saber.
Eu não sei o que sou, não sei o que quero.
Só sei que sou eu que quer ser o que quero.
Não quero mais escrever.

Quero parar de tentar fazer rimas.
Eu não sei rimar.
Andar pelas colinas...
Até o sol raiar.

Isso é bem idiota, não?
Nesse ponto já não há nenhuma relação com o tema que comecei.

Eu não sirvo para escrever.
Mas tem muita gente que não serve mesmo para escrever.
Então eu até sirvo para escrever.

Escrevo para mim mesma, pois sei que poucos têm paciência e interesse em saber como estou, como vou.
É, eu também não tenho.

Eu já pensei em escrever um livro.
Há! Há! Seria um fracasso.
Seria um livro egocêntrico ou um livro com muitas pitangas choradas.
Nem eu leria essa porcaria.

[Danielle Bandeira]