domingo, janeiro 29, 2012

Gord@s, se escondam! Não quero lembrar que vocês existem


Depois de praticamente um ano sem postar nada, escrevendo rascunhos que nunca se tornam posts, é bom sentir as ideias fluindo novamente e querendo escapar da solidão da minha cabeça. =]
Bem vind@s velh@s e nov@s leitorxs.

Bom, o post de estreia deste ano é inspirado no vídeo abaixo, que teve mais de 14 milhões de visualizações em pouco mais de três meses. Recentemente começou a ser compartilhado como viral nas redes sociais. O motivo? Uma moça gorda teve a ousadia(!?) de se filmar cantando músicas de cantores aleatórios. Subversivo, não?




Diante da obrigatoriedade constante de nos sentirmos bem, de estarmos felizes e dispostos, alguns de nós alcançam essa satisfação através do escárnio. Ver-se distante de uma pessoa ou situação que consideramos constrangedora nos transmite um alívio, um "graças a deus não sou eu ali". É muito fácil e tentador analisar as pessoas friamente, desconsiderando a natureza humana que as constitui. É fácil esquecer-se de que elas têm sonhos e desejos, como nós.

Em vista disso, eu gostaria de deixar um recado um pouco malcriado para quem ridicularizou essa moça e fez uma troca desonesta: o mal-estar dela pelo seu bem-estar.

Por que ela não pode cantar? Por que ela não pode vestir a roupa que quiser? Ó, é porque ela é GORDA e isso te incomoda. "Que imagem desagradável para meus olhos, céus." Coitadinh@ de você, não é mesmo?

Gord@s não podem cantar, não podem dançar, não podem viver... porque VOCÊ acha que só as pessoas magras e com o SEU selo de aprovação têm o direito de se expressar livremente. Pessoas gordas devem se esconder, se manter trancadas e o mais longe possível da sua visão, porque você não quer se lembrar que elas existem.

Provavelmente seu argumento preferido é o de que essas pessoas não têm "semancol". Oras, isso significa nada mais nada menos que a liberdade delas te incomoda. Você não quer ver pessoas gordas usando blusa curta ou cantando ou fazendo qualquer outra coisa, porque o "não estou nem aí" delas torna inútil a sua tentativa de oprimi-las e mantê-las em seus devidos "lugares", que deveria ser bem escondido, né?

"Como assim? Ela não liga para o que EU acho dela? Ela não liga para o fato de EU não achá-l@ atraente? Estou frustrad@! Ela não se importa com a MINHA opinião sobre ela." Desculpe, amiguinho, mas você não tem mesmo muita importância pra ela, sacou?

A gente já vive numa sociedade suficientemente escrota, que reprime todas as pessoas que não atendem às normatividades estéticas, então que tal ajudar a melhorá-la começando com um exercício básico de empatia? Caso você tenha muita dificuldade em se colocar no lugar das pessoas e experimentar os sofrimentos alheios, pode imaginá-las como se fossem seus familiares ou amigos. Isso dói, não é?

Eu queria mesmo é que tod@s @s gord@s, fei@s, narigud@s, orelhud@s, cabeçud@s etc parassem de se esconder, começassem a se impor e fizessem o que têm vontade, dando uma bela cuspida na cara de quem sempre nadou em privilégios e quer impedir que @s outr@s ponham a ponta do dedo na piscina.

Bem, há quem venha me dizer que todo esse meu blá blá blá foi inútil, porque as hostilizações não têm nada a ver com a aparência da moça. Nossa, é tão óbvio, né? O vídeo teria as mesmas 14 milhões de visualizações e a mesma porrada de xingamentos mesmo se ela fosse magra. Todo esse reboliço é apenas porque a moça canta mal? Ok, vou fingir que acredito na sua justificativa mingau-com-mamão...

Ué, então quer dizer que agora só gente afinadinha tem o direito de cantar? Vixe, acabem com todos os karaokês e vigiem todos os banheiros. Fulano só aceita cantores com seu selo de aprovação. E não, ela não está desrespeitando a sua liberdade de não ouvi-la por ter tornado o vídeo público. Sua liberdade de não ouvi-la continua intacta. É só você não apertar o play, mas caso tenha sido inevitável, o x da aba do seu browser encontra-se sempre à disposição.

Finalizo parabenizando essa moça, que mesmo já sofrendo horrores em seu dia-a-dia por ser gorda e recebendo tanta hostilidade na internet apenas por ousar cantar, não se intimidou e continua gravando vídeos das suas espontaneidades e expressividades.

Ela pode ter milhares de DISLIKES em seus vídeos, mas pode ter certeza que sempre terá um LIKE meu. Força, sua linda! ♥

segunda-feira, janeiro 31, 2011

Trote: estupidez reloaded

Eu já me posicionei a respeito dos trotes universitários em um post antigo, mas as últimas ocorrências pedem um resgate ao assunto. Sinto necessidade de me pronunciar sobre o caso especialmente porque estou próxima de virar caloura neste ano. Veja minhas considerações sobre isso no fim desse post.

Todo começo de ano é a mesma coisa: saem os resultados do vestibular e os novos universitários têm que se submeter a mais uma prova antes de iniciarem suas vidas acadêmicas: a porra do trote.

A Lola fez um (três, na verdade) ótimo post sobre o caso recente de trote humilhante (redundância) na UNB, que consistia no seguinte: os veteranos colocaram uma linguiça no meio das pernas de um boneco de papelão, então jogaram leite condensado em cima e mandaram as calouras lamberem.

Em um dos posts da Lola, uma veterana do curso referido se manifestou e disse que as calouras não foram obrigadas a participar, que participaram porque quiseram. Além de dizer que os organizadores do trote não podem se pronunciar, não podem protestar contra nada sem ser chamados de preconceituosos. Agora me diga que raios de protesto é esse? Pelo direito de humilhar mulheres sem ser chamado de machista? (Que amor!)
Agora vamos às considerações:

Primeira consideração: Na nossa sociedade cheirosa há certos tipos de regrinhas invisíveis a que estamos submetidos desde pequenos e que nos obriga voluntariamente (lindo paradoxo) a aceitar coisas desagradáveis para evitar um mal maior, como nesse caso, em que aceitar as humilhações dos veteranos é um mal menor do que ser excluída ou perseguida durante o curso, coisa que não raramente acontece com os calouros que se recusam a participar dos trotes.
Sabe, eu fico pasma com quem fantasia (porque só pode ser isso) que as calouras estavam amando chupar uma linguiça babada e ser avaliadas sexualmente por um bando de machinhos. A prova cabal de que elas "amam muito tudo isso" é que a denúncia do caso partiu das próprias participantes.
E agora, José?

Segunda consideração: É o velho discurso que culpa a vítima: "Se ela se submeteu às humilhações, o problema é dela. Não há nada de errado com o trote." Falam coisa semelhante para a vítima de estupro: "Quem mandou se vestir daquela maneira? Pediu para ser estuprada." Afinal, quem deve satisfações do comportamento é o oprimido, não o opressor.
Aham, Cláudia, senta lá!

Terceira consideração: Ainda que haja mulheres que defendam o referido trote, como é o caso da veterana, ele não deixa de ser sexista e degradante, pois não diz respeito apenas às mulheres da UNB, diz respeito a todas as mulheres. O fato de as "brincadeiras" que envolvem o gênero feminino terem sempre conotação sexual e de não haver nada semelhante aplicado aos homens, já evidencia o caráter machista e misógino. Afinal, mulheres são commodities masculinas: "Mostra aí como você faz um oral pra eu ver se você presta pra ser minha putinha".

Quarta consideração: Agora é moda ser politicamente incorreto (vide sucesso dos stand-up comedy), e você que não aceite uma brincadeira preconceituosa, seu antissocial-rabugento-mau-humorado. É disso que te chamam quando você não vê graça alguma em denegrir grupos socialmente excluídos e diz que fazer isso só contribui para a manutenção do statu-quo e dos estereótipos. Para eles você tem que aceitar a zoação, pois trata-se apenas de uma brincadeira inocente que não reflete as reais ideias de quem a pratica. Afinal, quem tem preconceitos velados nunca usaria o humor como forma de reproduzi-los sem ser repreendido. Claro que não, que paranoia! Jogue no lixo suas bases teóricas em psicologia e sociologia.

Conclusão: Já está mais do que banalizado esse tipo de coisa acontecendo no âmbito acadêmico, e isso só demonstra como se faz urgente o combate. Só sei que é, no mínimo, ridículo ter que ensinar respeito e empatia a adultos.
E eu é que sou louca no mundo dos sãos, eu é que sou radical no mundo dos moderados.

Sobre mim: Estou praticamente certa de que vou passar na UFABC e, sim, estou preocupada com o trote. Já tive contato com alguns fubecanos (apelido dos alunos de lá), tanto gente bacana como gente babaca, e é bom estar preparada pra tudo. Já cogito faltar às primeiras semanas de aula e intensificar meus treinos na capoeira para me defender de qualquer coerção que eu possa sofrer.
E não, não faço a mínima questão de me socializar com gente escrota. Tenho certeza que conhecerei ótimas pessoas que possivelmente nem comparecerão aos trotes.

sábado, janeiro 15, 2011

Desgavetamento de ideias

Olá, meus queridos leitores fantasmas! =D

Como passaram o réveillon?
[Isso, aquela comemoração esquisita que nossa espécie adora fazer, em que se acredita que a divisão do tempo (...dias, meses, anos, décadas, séculos...) criada por nós mesmos, será responsável por uma grande renovação em nossas vidas. É quando fazemos shows pirotécnicos e promessas que nunca se cumprem.]
Lembraram-se? =)

Bem, gostaria de produzir algo novo, mas como me falta aquela inspiração que me faz escrever por horas e achar divertido, resolvi reaproveitar um texto que escrevi algum tempo atrás para um blog que tratava sobre pseudociência e de cuja equipe eu fazia parte. Infelizmente o projeto não foi além, mas as ideias continuam vivas. Se quiserem visitar: http://cienciaepoder.blogspot.com/

No texto falo sobre a importância de questionar o mundo, sejam valores da sociedade ou nossas próprias convicções. É uma breve dissertação sobre ser cético:

Introdução ao Ceticismo

É ilusão esperar que outras pessoas, além de você, compreendam o seu modo de agir e pensar com toda a completude envolvida, afinal foi o seu conjunto de experiências que resultou na personalidade que você tem hoje. O outro, cujas experiências são naturalmente diferentes das suas, nunca enxergará pelo mesmo prisma que você, por mais que ambos possuam ideias convergentes.
Acredito que em algum momento, em um exercício de imaginação, você já tenha tentado idealizar um indivíduo que tivesse os cinco sentidos sincronizados nanometricamente aos seus e pensasse exatamente como você, e ao fim da experiência tenha constatado que esse indivíduo não pode existir fora do seu corpo e da sua mente, dadas todas as barreiras da física e da própria lógica, e que ele não pode ser outra coisa, a não ser você mesmo.

Apesar disso, nós estamos a todo momento tentando impor nossas ideologias às pessoas, mesmo que de modo inconsciente. Em algum momento da vida nós convictamente acreditamos ser os donos da verdade. Parece que somos intrinsecamente grandes tolos.
O desconhecido e tudo aquilo que é contrário ao que acreditamos desperta em nós um sentimento de repulsa e medo, nos sentimos ameaçados e desprotegidos, por isso tendemos a criar bloqueios mentais, eles protegem-nos da reflexão e resguardam nosso ego, para que voltemos o mais rápido possível para a zona de conforto.

Em algum momento você já se perguntou sobre a origem dos seus valores? De onde eles vieram? Por que são deste ou daquele jeito? Já pôs em jogo suas convicções?

Decerto não é algo agradável para se fazer, ainda mais em um momento da sua vida em que tudo vai bem, mas se você tem a honestidade intelectual como uma meta, cedo ou tarde passará por essa experiência. A dúvida seria como uma nave espacial que nos leva ao mundo das descobertas, mas para viajar não podemos ter medo de deixar nosso mundo já conhecido, não podemos temer o questionamento. Aliás, o próprio medo deve ser questionado.

Spoiler da vida real
[Pare de ler aqui se não quiser se decepcionar e, pior, estragar todas as surpresas da viagem]

Ao chegar no mundo das descobertas, nos depararemos com a pior das conclusões: ele não é tão bonito e feliz, é assustador e impiedoso. No início relutamos em aceitá-lo tal como ele é, mas como nossa viagem não tem volta, aos poucos nos conformamos com nossa situação e passamos a explorá-lo mais profundamente em busca de toda a verdade.

Entre alívios e desesperos vamos nos dando conta de que o mundo em que vivíamos não passava de uma fantasia que ao mesmo tempo confortava e aprisionava. Então, a sabedoria virá da sua mais importante descoberta: nunca conheceremos a verdade última de qualquer coisa!

Percebemos que por mais poéticas que algumas explicações possam ser, não refletem de fato os fatos. Chegamos não a lugar nenhum, mas ao vácuo contemplativo. É o último estágio, aquele em que percebemos toda a tolice que é se agarrar a convicções, que ter humildade de nos assumirmos ignorantes é uma das maiores virtudes e que o mais importante não é nos voltarmos para fora, mas sim para dentro de nós mesmos.

terça-feira, dezembro 21, 2010

A (RE)VOLTA [por falta de um título melhor]

Olá, pessoas.

Deparada com o longo período de férias que tenho pela frente, e a iminente falta do que fazer, decidi que esta é uma boa hora para reativar e reformular o blog, tornando-o mais engajado e útil para meus poucos, mas especiais leitores.
[Um beijo para a Deba e todos os que comentaram meus posts sem nunca terem recebido uma resposta desta pessoa ingrata que vos fala.]

Percebi essa necessidade depois de reler minhas postagens anteriores e ter me achado muito imatura e excessivamente narcisista. Ao menos é um indício de que evoluí minhas ideias.

Diariamente presencio situações que dariam ótimas dissertações, mas meus pensamentos são tão mais confusos do que o normal que organizá-los num post conciso acaba me tomando muito tempo, às vezes dias.
[Não queiram ver meus rascunhos, são todos fluxos de consciência à la Clarice Lispector.]

Dessa forma, para evitar centenas de textos que ficam só no rascunho, pretendo me focar no que seja mais relevante.

A todos os antigos e novos leitores: bem vindos à minha bolha.

segunda-feira, maio 18, 2009

Olá, pessoas!

No final de semana fui fazer ecoturismo (Caminhos do Mar) com o cursinho. Descemos a serra percorrendo a Estrada Velha de Santos e trechos da Calçada do Lorena, passando por pontos históricos, como o Pouso Paranapiacaba e o Rancho da Maioridade. O percurso total é de 8 km. Estou orgulhosa, quebrei meu recorde. =P


Foi uma experiência incrível. Apesar da presença antrópica, esse resquício de Mata Atlântica ainda mantém suas características selvagens. Havia muitas quedas d'água no percurso e alguns trechos de floresta densa. Apesar das trilhas que delimitavam o caminho, era fácil sentir-se perdido na mata. Eu experimentei um misto de sensações: medo, liberdade, melancolia, paz.


Embora houvesse muitas pessoas, nenhuma com a qual eu tivesse tanta afinidade, me isolei dos grupinhos e fui curtindo a solidão: eu e a natureza, apenas nós. Era quase iminente pensar em largar tudo e ficar ali mesmo, como se fosse fácil assim abandonar a civilização, incluindo a família, e todas as comodidades que ela oferece. Algumas vezes vinha alguém perguntar se estava tudo bem, e eu dizia que sim, que não era para se preocupar. É interessante notar como muitas pessoas têm pavor da solidão, mesmo que temporária, e não compreendem os que a apreciam.


Durante o percurso também é inevitável refletir sobre o Brasil colonial e seus escravos subindo, eu disse subindo, a serra com quilos nas costas.


É um passeio que recomendo muito para quem gosta de sentir-se perdido e de andar (muito!). hehe... Quem puder fazê-lo uma vez na vida, faça-o.


sábado, março 28, 2009

Prisões


Deus, igreja, sermões.
Padrões, padrões.

Beleza, vaidade, aberrações.
Padrões, padrões.

Dinheiro, luxo, ladrões.
Padrões, padrões.

Pão, circo, multidões.
Padrões, padrões.

Orgulho, fronteira, nações.
Padrões, padrões.

Consumismo, moda, aceitações.
Padrões, padrões.

Tolice, egocentria, convicções.
Padrões, padrões.

Não faço parte de padrões.
Contradições, contradições.

[Danielle Bandeira]

quinta-feira, fevereiro 19, 2009

Nostalgia!


Hoje o tempo está uma beleza. Sol moderado e ar fresco.
Dia ideal para os cachorros tomarem um belo de um banho.

Então fomos eu e minha mãe para o quintal, pegamos a mangueira e os três fugitivos, um por vez.
À medida em que eu sentia o sol e a água gelada batendo na minha pele a nostalgia vinha à tona.

Comentei com minha mãe:
- Poxa! Que vontade de tomar um banho de mangueira.

Ao que ela prontamente respondeu:
- Ué! E por que não toma?

Pensei um pouco e resolvi:
"Catchum! Chuá! Chuá!"

Minutos depois ela também entrou na onda.

Tomar e dar banho de mangueira são atitudes totalmente antiecológicas, eu sei.
Evidencia bem meu lado pseudoambientalista e individualista. Hipocrisia mor!

Entretanto foi ótimo para resgatar as boas recordações da minha infância e saborear a felicidade contida nas coisas simples.
Me sinto renovada.

terça-feira, fevereiro 17, 2009

O Trote e o Espetáculo do Bullying

Pode me chamar de careta e antissocial, mas eu sou contra essa coisa estúpida chamada de trote estudantil.

Para começo de conversa, o trote nada mais é do que a prática do bullying: alguém se acha superior por estar numa determinada instituição há mais tempo, e por isso julga-se no direito de exercer autoridade sobre os novatos.

Alguns que aprovam o trote justificam dizendo que é uma forma de socialização e diversão. Eu diria que é mais eficiente como forma de humilhação e exclusão.

Para mim qualquer trote é uma opressão, seja o leve ou o tal do trote solidário.
Vou explicar por que...

Trote leve e mediano
Cortar ou raspar o cabelo, jogar tinta ou sujeira, rasgar as roupas, mandar pedir dinheiro no semáforo, ridicularizar em público (mandar gritar coisas sem sentido, vestir roupas humilhantes ou ficar só com a roupa de baixo) etc.

Tem calouro que acha divertido e faz questão de participar. Nada contra! Cada um que seja responsável pelas próprias decisões.

No entanto, há pessoas que não querem participar, e o problema começa quando a recusa do "bixo" não é respeitada pelos veteranos. Estes, indignados por terem sua "autoridade" questionada decidem então forçá-lo a obedecer. Havendo resistência por parte do calouro, os veteranos passam então à prática do trote violento.

Trote violento
Agressão, perseguição, estupro, ingestão de vômito e todo tipo de sujeira, provocação de embriaguez, tentativa de afogamento etc.

Não é preciso dizer o quanto essas práticas são repugnantes.
É desolador ver um grupo de pessoas com acesso a cultura e informação desprezar a própria inteligência.

Trote solidário
Praticar atividades assistencialistas, tais como coleta de alimentos e roupas, doação de sangue e outras ações "voluntárias" promovendo a cidadania.

Muitas instituições de ensino adotaram esse tipo de trote como forma de eliminar ou amenizar a prática do trote tradicional, e claro, como auto-promoção.

A iniciativa pode até ser nobre, no entanto continua a exercer o autoritarismo sobre o novato.
Qualquer ação voluntária, como o próprio nome já diz, deveria ser praticada por espontânea vontade, do contrário perde todo o sentido.

Mas então por qual motivo as universidades não promovem simplesmente uma festa de boas vindas aos calouros em vez desse circo todo? Por que depois de se preparar arduamente para o vestibular, o estudante ainda tem que se submeter a mais uma prova que, assim como a anterior, traz como consequência a segregação de pessoas?
Todavia, a versão "amena" da antiga prática, que mistura cabeças raspadas, pintura corporal, "pedágios" e "aulas-trote" (em que um veterano se faz passar por um professor tirano), parece ter o objetivo implícito de perpetuar o sadomasoquismo pedagógico perante a sociedade, sociedade esta que parece muito mais preocupada com o espetáculo do que com a violência, e tolera a violência ritual praticada regularmente contra os jovens como um símbolo do sucesso daqueles que foram aprovados no vestibular. (Trecho retirado da Wikipédia)
 Tá explicado.

domingo, fevereiro 08, 2009

Não tolere o Bullying!


Bullying: Ato(s) de violência física e/ou psicológica intencional(is) e repetido(s) praticado(s) por um indivíduo ou grupo de indivíduos com o objetivo de intimidar ou agredir outro(s) indivíduo(s) incapaz(es) de se defender.

O bullying é uma triste realidade do cotidiano de muitas crianças, adolescentes e jovens adultos. Acontece na escola, na faculdade, no trabalho e em outros ambientes de socialização.

Geralmente, os alvos são pessoas que possuem alguma diferença com relação aos demais, sendo apontadas como "anormais" pelos colegas: tímidos, gordos, negros, deficientes etc.

Há dois tipos de atores neste ato excludente, discriminatório, vexatório e violento: o direto e o indireto, ambos coniventes com a prática do bullying:
. O praticante do abuso, chamado de bully, é o que participa de forma direta.
. Aquele que observa a ação, mas não faz nada, ou seja, é indiferente e omisso, é o participante indireto.


Os traumas adquiridos na infância por conta das humilhações permanecem até a vida adulta e impedem que a vítima leve uma vida normal, sendo muitas vezes necessário recorrer a tratamentos psicológicos de longo prazo.

Algumas vítimas ficam muito transtornadas e passam a ter pensamentos suicidas e/ou comportamento violento, dispostas a vingar-se de seus agressores a qualquer custo, não sendo tão raro matá-los.

O debate é recente na sociedade e ainda não é tratado como prioridade. As escolas têm se mostrado totalmente despreparadas para lidar com o problema, e muitas crianças acabam adquirindo conceitos distorcidos de respeito ao próximo e às diferenças.

O papel de coibir essa prática não pode ficar apenas nas mãos dos professores, diretores e funcionários das escolas. É preciso haver uma mobilização, uma campanha de conscientização para que surta efeito.

É importante que não se omita ao ver uma pessoa sofrer bullying. Se não puder interceder, denuncie à autoridade responsável. Se você for uma vítima, não se cale, não permita-se ser violentado. Peça ajuda!

Como bem eu já comentei em um post anterior, fui vítima de bullying durante toda a minha infância e parte da adolescência. Apenas recentemente consegui me libertar de algunstraumas causados naquela época, porém outros mais ainda persistem e me causam algumas crises de angústia periodicamente.

Abaixo o vídeo de uma campanha estrangeira contra o Bullying.